CABOCLA JURITI

HISTÓRIA DA CABOCLA JURITI

Nasci na tribo Tupinambá do cacique Tamandaré, meu pai me batizou de juritiã, mas sempre me chamaram de juriti, era a mais nova dos cinco irmãos,  Jatã, Japuí, Jacianã, Jussara e Jupi, meu pai era o curador o pajé Ubirajara, e conhecia a mata como nunca, minha mãe era a guerreira Jandaia e mesmo sendo esposa do pajé percorria os campos quando outra tribo tentava nos atacar. Cresci aprendendo a atirar, meu arco e flecha fora feito por meu pai e consagrado para o Deus do Sol me proteger com sua luz, para que meu arco refletisse sob os olhos do inimigo que sem enxergar podia ser flechado pelo meu arco. Jatã, Japuí e Jupí, já tinham suas  famílias, Jacianã e Jussara ajudavam nos trabalhos, em dias de festas e danças do Deus da Fartura, e também na cura dos  índios que adoeciam acometidos dos maus espíritos. Um dia o filho de Tamandaré e ele foram a nossa casa e disseram a meu pai que fariam a minha união com Iberê seu filho, mas novo. Mas meu coração era de Ubiratan e o dele era meu. Meu pai Ubirajara, confirmou a minha união, sem poder dizer nada foram feitos os preparativos para essa união, feitas as oferendas e as danças para o Deus do amor, da fertilidade, e tendo eu e Iberê pintados de branco para a união o Pajé meu pai trouxe até as mãos de Tamandaré a bebida preparada para esse dia. Tamandaré ergueu a cuia com a bebida e falou em voz alta “  Jandejara Tupã rudá tabajara xaman erê luanâ. E ofereceu a nós, enquanto bebíamos  ouvi um grito de Ubiratan nas matas me chamando, corri para encontra-lo e já o vi caído tendo tomado da erva proibida, quando me abaixei para toca-lo senti atravessar-me uma flecha em meu peito e caí desfalecida sob o corpo de Ubiratan, como tomamos rumos diferentes, pois ele escolheu partir e  eu parti sem querer, não conseguimos nos encontrar, por conta disso meu grito de guerra é um grito de dor e de chamamento para ver se Ubiratan me escuta.